domingo, 6 de março de 2011

antes tarde do que nunca... Sobre os indicados e o vencedor a melhor filme.

HEY!
O senhor Kirk Douglas esperou
 muito por esse post...

Sei que eu estava devendo esse post desde semana passada após o post sobre Oscar...
Mas apesar de eu amar cinema e falar sobre, eu tenho bastante preguiça do ato de escrever, fazer o q, vamos lá então.









Cisne Negro (Black Swan)
Grande filme, um clássico instantâneo de fato. Tentei fazer um TOP de Darren Aronofsky, e é claro, eu não consegui colocar cinco obras primas em ordem.  Mas Cisne Negro acabou ficando em penúltimo em quase todas às vezes, não por ter algum defeito, acho um filme perfeito em vários sentidos, mas por que eu gosto muito de PI, Réquiem Para Um Sonho e Fonte da Vida. Mesmo assim, Cisne Negro tem a marca de Aronofsky, como a obsessão dos personagens, a paranóia, e tem a marca da sua evolução, como planos mais longos lembrando O Lutador. É um dos melhores filmes do ano, é um cinema visceral, é como um filme Cult quebrando as barreiras de publico. E é o melhor filme de Natalie Portman, o ápice da carreira dela.

O Vencedor (The Fighter)
Quando primeiro li sobre, pensei que fosse só mais um filme ‘come back’ de lutador de boxe, mas é surpreendente, baseado numa história real, tem um roteiro excelente que preza pelas atuações que são a melhor coisa d’O Vencedor, os personagens (reais) são tão bem desenvolvidos, e geraram atuações extraordinárias, aí estão Melissa Leo e Christian Bale pra provar isso, e Amy Adams, maravilhosa, é só esperar, logo logo ela ganha um premio. Apesar de não ser um dos meus preferidos tenho q reconhecer que é excelente, grande direção, drama muito bem apresentado e consegue falar sobre o vicio em drogas de maneira original.

A Origem (Inception)
Gosto tanto de Nolan quanto de Aronofsky, possivelmente os mais inovativos diretores dessa geração. Inception foi o filme que mais me gerou expectativas nos últimos anos, e isso que eu não cheguei a ler uma sinopse, e só vi o teaser, quando entrei no cinema (IMAX, economizei e viajei à Curitiba pra poder assistir full experience) eu não tinha nem idéia de que falava de sonhos, todas aquelas expectativas foram não só atendidas, como foram superadas.  É Sci-fi de primeira, é outro clássico instantâneo, é completo, a trilha, o elenco, o roteiro (meu deus, que roteiro fantástico, que idéia!) e que direção! É o meu filme preferido do ano de 2010, só isso!

Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right)
Talvez o mais fraco dos indicados, mas ainda sim um ótimo filme. Com uma temática bem atual e um elenco afiadíssimo é difícil não gostar. É um daqueles filmes que tratam de assuntos pesados de maneira muito leva que tem todo o ano ultimamente, como Juno, que é muitíssimo melhor que esse (veja), o forte de Minhas Mães e Meu Pai é o elenco, apesar dos personagens serem pouco desenvolvidos os atores conseguem dar mais dimensão a eles, principalmente os mais experientes, tanto que Annete Bening, e Mark Ruffalo (que esta bem, mas merecia mesmo era ser indicado por Shutter Island). E apesar de não entrar no meu Top 10, é um filme divertido, que trata muito bem da temática homossexual, e vale a pena ser visto.

O Discurso do Rei (The King’s Speech) --- WINNER
Apesar de não ser meu preferido acho que o Oscar pra filme (não pra diretor ou roteiro) foi merecido. Filme muito bom, magníficas atuações, e com uma história lindíssima. O principal do filme é a amizade entre o Rei George e o seu “médico” Lionel Logue, o que não seria nada sem a química entre Colin Firth e Geoffrey Rush, que está melhor que Christian Bale em minha opinião. Helena Bonhan Carter também está maravilhosa, numa atuação contida e bastante diferente do que estamos acostumados. Excelente filme.

127 Horas (127 Hours)
Bom filme, uma experiência completa, o filme dá algumas escorregadas em roteiro e direção e o exagero no numero e intensidade dos delírios do personagem principal incomoda, mas James Franco consegue salvar o filme, carregando tudo isso nas costas. Uma das melhores atuações do ano, esse é um ator em que devemos ficar de olho, que só faz melhorar com o tempo, se antes ele era apenas o ‘amigo do homem-aranha’, hoje em dia ele é um ator, é só dar uma olhada em sua filmografia recente, destaque para o papel dele em Milk, como um homossexual. E em 127 Horas ele consegue passar essa angustia e a cena mais forte do filme é faz o expectador virar o rosto, vale muito à pena pela experiência, apesar de também não entrar no meu Top 10 do ano passado.

A Rede Social (The Social Network)
Um dos melhores filmes do ano, e principalmente, um dos melhores filmes de David Fincher, quando saíram às noticias muita gente, inclusive eu, ficava com o pé atrás, filme do Facebook? Pra que? Felizmente as duvidas sumiram com os primeiros trailers, é um filme completo, um filme que como muita gente já disse, é a imagem de uma geração, o retrato dessa época da web 2.0 que vivemos. E essa rapidez de acontecimentos, de relacionamentos, de idéias, é retratada perfeitamente em todos os aspectos, desde a interpretação de Zuckerberg de Jesse Eisenberg até a trilha sonora de Trent Reznor & Atticus Ross. E ainda por cima, filme tem um “quê” de cidadão Kane, na construção da trajetória dos personagens. Tem uma montagem fantástica, e é um filme que vai com certeza vai marcar época.

Toy Story 3
Outro filme que fiz questão de ver em IMAX, não que seja necessário, não que o 3D seja essencial, mas é Pixar, e isso faz diferença, é algo único, é um estúdio, um estúdio que eu adoro tanto quanto eu adoro alguns diretores, atores, um estúdio que tem tanto carinho por cinema, que emociona. E Toy Story 3 segue isso a risca, e mais, é o melhor filme do ano ao lado de Inception. As pessoas têm naturalmente certo preconceito, por ser uma animação, mas se você esquecer isso, se você embarcar na história, no drama dos personagens, sim, são brinquedos, são feitos em computador, mas são personagens, com medo, do que vem pela frente, com medo de perder o que eles mais amam, com receio de seguir em frente, esse drama, esse sentimento, somado a musica que eu conheço desde que Eu era uma criancinha, em Toy Story 1, isso que me fez chorar (muito) já com a primeira cena do filme. E se cinema é mesmo emoção, é mesmo técnica, e se a categoria de “melhor filme” tem como objetivo reconhecer o melhor filme do ano, por que Toy Story não deveria ter chances? Claro que essa é uma esperança cega e é algo que não vai acontecer tão cedo, mas eu espero do fundo do coração que isso se concretize algum dia.

Bravura Indômita (True Grit)
O melhor western desde “Os Imperdoáveis”, e melhor que alguns antes desse. É fato que os irmãos Coen fazem filmes de western desde sempre, mas é a primeira vez que um filme deles se passa No velho oeste, e toda a escola que foi a filmografia deles é aplicada aqui, já é um dos meus favoritos e gosto tanto quanto Onde Os Fracos Não Têm Vez. E é o melhor por que é muito mais do que uma homenagem ao gênero, é perfeito, a história, a música, a fotografia, os personagens, os diálogos, são de uma crueza sublime. E é um filme de uma inteligência, quando quer drama, consegue, quando quer humor negro consegue, quando quer empolgar empolga. O som do filme é tão western, é tão bem feito. Tiros secos de tremer a sala, e silêncios ensurdecedores. Um delírio pra quem é fã do gênero e acima de tudo pra quem é fã de cinema.

O Inverno da Alma (Winter’s Bone)
O azarão dos indicados, esse filme atingiu poucas salas de cinema, tanto no Brasil quanto no mundo, filme de festival, é uma pena, por que é excelente. Drama baseado num livro é dotado de uma tristeza, refletida tanto na fotografia, quanto na musica, quanto nas atuações, e é um filme tão frio. Frio no bom sentido, não só o clima do lugar é frio, mas a situação é fria. O filme é cinzento triste e distante, e isso é o melhor dele, é o reflexo da personagem principal, interpretada extraordinariamente por Jennifer Lawrence e também é o reflexo dos que estão a sua volta, um lugar tão pobre quanto o espírito das pessoas que vivem nele. Destaque a atuação de John Hawkes também, que interpreta o tio da protagonista, um cara que é tão “durão” da boca pra fora, quanto é um homem preocupado e que quer o melhor pra própria família, em seu interior. O filme é cheio desses personagens complexos e tem uma historia que consegue emocionar com muito pouco. Mérito das boas atuações e da boa direção.

terça-feira, 1 de março de 2011

83rd OSCARS !!!



Pois então... O Academy Awards nº 83 foi domingo e ...
A cerimônia foi meh, gostei mais da do ano passado, Anne Hathaway roubou a cena deixando o indicado James Franco bem apagado e quase passou em branco salvo algumas piadinhas. Destaque para o cenário que estava simplíssimo e só ao transmitir as imagens se transformava totalmente, efeitos sensacionais. Mas pra mim o ponto alto foi bem no inicio, na premiação de melhor atriz coadjuvante, quando Kirk Douglas (Spartacus, Glória Feita de Sangue e tantos outros...), uma lenda viva, de 94 anos, entregou o prêmio a Melissa Leo, a reverencia que ela fez a ele antes de receber, foi emocionante.
A maioria dos prêmios fugiu daquela politicagem conhecida da academia, fora uns ou outros absurdos. Vamos ver alguns dos principais prêmios.

Melhor Fotografia
Cisne Negro (Black Swan)
A Origem (Inception)
O Discurso do Rei (The King’s Speech)
A Rede Social (The Social Network)
Bravura Indômita (True Grit)

Quem ganhou: “A Origem”  Wally Pfister, fotógrafo que trabalha com Christopher Nolan desde Amnésia, e mereceu bastante esse premio, por manter esse estilo sóbrio e ao mesmo tempo, beneficiar o fator thriller em Inception, sem se vender a truques baratos de vários filmes de ação que são lançados atualmente. A cena de Joseph Gordon-Levitt no corredor do hotel e as cenas da van caindo em câmera lenta são espetaculares!

Quem eu gostaria que ganhasse: Todos os indicados mereceriam muito caso levassem o premio, meu preferido ainda era Bravura Indômita, pelos planos clássicos de western como a silhueta do herói contra o sol naquele cenário árido, a cena dos remadores em A Rede Social também valia vencer, assim como os closes tensos e malucos de Cisne Negro, mas ainda assim vibrei com A Origem que era o meu segundo preferido.

Melhor Montagem
Cisne Negro (Black Swan)
O Vencedor (The Fighter)
O Discurso do Rei (The King’s Speech)
127 Horas (127 Hours)
A Rede Social (The Social Network)

Quem Ganhou: “A Rede Social” Angus Wall e Kirk Baxter vencem e merecidamente, uma de tantas da melhores coisas de Social Network é a montagem, o filme é construído a partir de dois julgamentos em épocas distintas e ao mesmo tempo mostra o passado e a criação e evolução do facebook, e consegue a proeza de não ser nada confuso apesar de tudo. Edição fantástica.

Quem eu gostaria que ganhasse: Sinceramente, “Scott Pilgrim Contra o Mundo”, o filme que não foi nem citado em nenhuma premiação e foi um fracasso de bilheteria mundial e quase não chegou no Brasil é um dos melhores filmes do ano, louvado por vários críticos e com razão, duas horas do filme passam e não parece nem meia hora, é novo, é ousado, divertido, e tem um visual único, e a academia é quadrada e velha, ainda vou falar mais desses filmes ignorados. Mas voltando aos que foram de fato indicados, realmente A Rede Social mereceu a estatueta.

Melhor Trilha Sonora
Como Treinar Seu Dragão (How To Train Your Dragon) – John Powell
A Origem (Inception) – Hans Zimmer
O Discurso do Rei (The King’s Speech) – Alexandre Desplat
127 Horas (127 Hours) – A. R. Rahman
A Rede Social (The Social Network) – Trent Reznor & Atticus Ross

Quem Ganhou: “A Rede Social” – Trent Reznor e Atticus Ross entregam uma trilha que se encaixa perfeitamente no espírito desse grande filme, assim como os diálogos o roteiro, a edição e direção a trilha é ágil, é nova, e muda constantemente, um reflexo perfeito dessa geração da web 2.0 que é muito bem representada no filme.

Quem eu gostaria que ganhasse: “Tron – O Legado” a Academia parece que realmente não percebeu que estamos em um milênio/século relativamente novo, o que Daft Punk faz é simplesmente salvar Tron Legacy, não que o filme seja ruim, é um bom filme, mas sem a trilha ele não seria metade do que ele é, e do Cult que ele será daqui a algum tempo, é algo épico e revolucionário, empolgante como as grandes trilhas de outrora, uma pena deixar esse filme no ‘’limbo’’, o que nos leva a quem eu queria que vencesse entre os indicados. A Origem (Baaaauuummmm!), apesar de todos os elogios validos à Rede Social, o que Hans Zimmer faz nesse filme é coisa de gênio, o modo como a trilha se integra no roteiro é sensacional, é daquele tipo de composição que com um acorde te transporta para o universo do filme instantaneamente, fantástico!

Melhor Roteiro Original
Another Year – Mike Leigh
O Vencedor (The Fighter) – Scott Silver, Paul Tamasy & Eric Johnson
A Origem (Inception) – Christopher Nolan
Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right) – Lisa Cholodenko & Stuart Blumberg
O Discurso do Rei (The King’s Speech) – David Seidler

Quem Ganhou: “O Discurso do Rei” – David Seidler escreve um roteiro certinho, bem fechadinho, eficiente, com alguns diálogos muitíssimo bem feitos, um bom roteiro, original no sentido de não ter sido adaptado de nada, mas que ainda assim possui pouca originalidade.

Quem eu gostaria que ganhasse:A Origem” – Chris Nolan, o injustiçado Chris Nolan perde aqui a única chance de subir no palco depois de ser esnobado na categoria de direção, um roteiro complexo, inteligente, e de fato originalíssimo, os anos vão passando e cada vez mais gente reclama da falta de originalidade de Hollywood, da falta de novas histórias, pois aí estava uma chance de mostrar que a indústria ainda consegue gerar obras primas diferentes, não que o roteiro de King’s Speech não fosse um candidato forte, mas é uma receita prontinha que não trás desafio nenhum, Nolan merecia levar essa.

Melhor Roteiro Adaptado
127 Horas (127 Hours) – Danny Boyle & Simon Beaufoy
A Rede Social (The Social Network) – Aaron Sorkin
Toy Story 3 – Michael Arndt, John Lasseter, Andrew Stanton & Lee Unkrich
Bravura Indômita (True Grit) – Joel Coen & Ethan Coen
Inverno da Alma (Winter’s Bone) – Debra Granik & Anne Rosellini

Quem Ganhou: “A Rede Social” – Aaron Sorkin, um dos melhores roteiros do ano, talvez até melhor que o de Inception, é ágil, é inteligente, os diálogos são extraordinários, ele capta todo o espírito dessa era da informação em que vivemos, onde tudo pode mudar em segundos, eu não li o livro que deu origem, mas dizem por aí que é chatissimo e o roteiro conseguiu driblar isso com maestria. Só a cena do dialogo inicial que nos apresenta Mark Zuckerberg é coisa de louco, já ganhou esse Oscar naquele momento ali, excepcional roteiro!

Quem eu gostaria que ganhasse: Não tinha como dar o premio a ninguém senão Aaron Sorkin, foi um premio merecidíssimo. Mas eu gostaria que fossem indicados aí o excelente roteiro de “A Ilha do Medo” (filme que foi totalmente esnobado em todas as premiações), e o roterio GENIAL de “Scott Pilgrim Contra o Mundo”.

Melhor Atriz Coadjuvante
Amy Adams – O Vencedor (The Fighter)
Helena Bonham Carter – O Discurso do Rei (The King’s Speech)
Melissa Leo – O Vencedor (The Fighter)
Hailee Steinfeld – Bravura Indômita (True Grit)
Jacki Weaver – Reino Animal (Animal Kingdom)

Quem Ganhou: Melissa Leo, grande atriz, quando a gente vê o filme tem a impressão de que ela pode fazer qualquer coisa, em o Vencedor ela interpreta a mãe de Mik o lutador do titulo, está excelente e vê-la recebendo a estatueta das mãos de Kirk Douglas foi a melhor coisa da noite.

Quem eu gostaria que ganhasse: Fiquei felissísimo por Melissa Leo, torci até o ultimo segundo por Hailee Steinfeld, mas foi mais por eu ter gostado muito mais de Bravura Indômita, essa garota ainda vai crescer muito na industria, é o que eu espero. Outra coisa, acho que cabia uma indicação a Chloe Moretz por Kick-Ass, que é uma das melhores coisas do filme, mas ela também ainda vai crescer muito na industria.

Melhor Ator Coadjuvante
Christian Bale – O Vencedor (The Fighter)
John Hawkes – Inverno da Alma (Winter’s Bone)
Jeremy Renner – Atração Perigosa (The Town)
Mark Ruffalo – Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right)
Geoffrey Rush – O Discurso do Rei (The King’s Speech)

Quem Ganhou: Christian Bale, a melhor coisa do vencedor são as atuações, fiquei realmente feliz pela vitoria de Bale, é um bom ator, um ator que se entrega aos personagens, e merecia reconhecimento por um papel dificílimo que foi esse em The Fighter.

Quem eu gostaria que ganhasse: Christian Bale mereceu o premio, pensando bem foi sim o melhor ator coadjuvante do ano, me emocionei e gostei mais de Geoffrey Rush, mas de novo, foi por gostar mais desse filme, achei justíssimo o premio pra Bale.

Melhor Atriz
Annette Bening – Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right)
Nicole Kidman – Reencontrando a Felicidade (Rabbit Hole)
Jennifer Lawrence – Inverno da Alma (Winter’s Bone)
Natalie Portman – Cisne Negro (Black Swan)
Michelle Williams – Namorados Para Sempre (Blue Valentine)

Quem Ganhou: Natalie Portman, era óbvio, não tinha como não vencer, é uma performance única e visceral, é algo como Christoph Waltz no ano passado, simplesmente não tem  como premiar outra pessoa, ela treinou um ano de balé, ela emagreceu, ela encarnou o espírito de bailarina, o que ela faz nesse filme é fantástico! Isso sem contar toda a carreira dela, pois apesar de ser nova ela trabalha desde criança, e muito bem, dar esse Oscar pra outra pessoa seria imperdoável, foi o premio mais óbvio da noite.

Quem eu gostaria que ganhasse: Nenhuma outra, se ela perdesse eu desligava a TV e ia dormir, apesar de ter adorado Nicole Kidman voltando a antiga forma, Michelle Williams sempre excelente, Annette Bening idem, e Jennifer Lawrence uma surpresa num filme que também foi uma ótima surpresa, mas nada do que elas fizeram chega nem perto do que Natalie Portman fez em Cisne Negro.

Melhor Ator
Javier Bardem – Biutiful
Jeff Bridges – Bravura Indômita (True Grit)
Jesse Eisenberg – A Rede Social (The Social Network)
Colin Firth – O Discurso do Rei (The King’s Speech)
James Franco – 127 Horas (127 Hours)

Quem Ganhou: Colin Firth, um grandessíssimo ator que merecia ganhar o premio à algum tempo, e em Discurso do Rei ele chega ao ápice da sua carreira, é extraordinário, não só isso mas o modo como ele ‘combina’ com Geoffrey Rush também, gerou varias das melhores cenas do ano de 2010, que personagem incrível. A cena do ultimo discurso é de emocionar qualquer um.

Quem eu gostaria que ganhasse: James Franco seria uma grata surpresa, num filme que ele carrega nas costas até quando o roteiro dá uma escorregada, ele consegue manter a integridade do personagem até o ápice de uma das cenas mais tensas do ano. Mas o meu preferido de fato era Colin Firth, com certeza. James Franco vai fazer muita coisa boa ainda.

Melhor Diretor
Darren Aronofsky – Cisne Negro (Black Swan)
David O. Russell – O Vencedor (The Fighter)
Tom Hooper – O Discurso do Rei (The King’s Speech)
David Fincher – A Rede Social (The Social Network)
Joel Coen & Ethan Coen – Bravura Indômita (True Grit)

Quem Ganhou: Tom Hooper, o maior absurdo da cerimônia, não que eu ache a direção dele horrorosa, mas esta longe de ser a melhor e não entra nem no meu top 20 direções de 2010. Tentei aceitar por um tempo, por ter ADORADO o filme, mas definitivamente o Discurso do Rei é o que é por Colin Firth, por Geoffrey Rush, pela história emocionante de amizade, uma história sobre pessoas. E a direção é direitinha, mas não é uma das melhores do ano.

Quem eu gostaria que ganhasse: Tantos, fazendo um balanço dos filmes que eu vi, cheguei a um empate, triplo, entre Christopher Nolan, David Fincher e os irmãos Coen. Darren Aronofsky mora no meu coração, mas Cisne Negro não é seu melhor filme. Nolan não ter sido indicado foi um absurdo tão grande quanto Hooper vencer, um diretor que merecia mais destaque depois de tudo o que ele fez para o cinema e em tão pouco tempo. Fincher o mesmo, quando a academia vai reconhecer esse diretor? Sem querer comparar, mas quando? Quando ele tiver 60, 70 anos como o tardio reconhecimento de Scorsese? E os irmãos Coen que entregam aqui o melhor western desde Os Imperdoáveis, tudo bem , eles receberam seus devidos prêmios com o maravilhoso Onde os Fracos não tem vez. E já que eu o mencionei, cadê a indicação de direção d’A Ilha do Medo?

PS¹: Eu gosto dos trabalhos do Tom Hooper, John Adams é uma das melhores minisséries que eu já vi, Discurso do Rei é um dos meus filmes preferidos do ano, só não acho que tava na hora do diretor ganhar.
PS²: Vou fazer um outro post só com os indicados a melhor filme, comentando um pouquinho de todos eles. ;)


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Reencontrando a Felicidade - Rabbit Hole


Rabbit Hole, “O Buraco do Coelho”, referência à toca do coelho de Alice no País das Maravilhas, a entrada para  um mundo novo e maravilhoso, que serve como refúgio para a personagem da literatura, um lugar onde ela encontra a felicidade, quando alcança seus objetivos, é como uma passagem desse mundo cinzento que a gente vive para um mundo melhor do que a realidade.  Essa deveria ter sido a tradução do titulo de Reencontrando A Felicidade, que apesar de ser um bom nome não representa bem o que o filme quer passar ao espectador.
Na trama, adaptada de uma peça de teatro. Becca e Howie tentam superar a recente perda do seu único filho, nada original até aí. Mas a execução dessa idéia, desde a concepção do roteiro, até as atuações e a direção, é o que torna o filme um dos melhores dramas que eu tive o prazer de assistir nos últimos tempos.
O roteiro é assinado pelo próprio escritor da peça, David Lindsay-Abaire, e é de uma sutileza que chama a atenção, aí esta a melhor coisa do filme, ao longo do desenvolvimento da história, principalmente quem assiste muito filme fica a cada cena esperando que aconteça um clichê, que esta na cara que vai acontecer, mas isso nunca acontece, a história e os acontecimentos são lineares e essa ausência de grandes ‘plot twists’ acaba sendo a grande surpresa do filme. Isso torna o filme muito mais realista, muito mais visceral, através de grandes cenas como a discussão sobre o cachorro (se você ver o filme você entenderá...) ou como o autor lida com Jason, o garoto ‘culpado’ pelo acidente.
Esse “clima” se reflete perfeitamente na direção de John Cameron Mitchell e nas atuações, principalmente a de Nicole Kidman (Becca), que não esta tão bem desde meados de 2005/2006. Ela rouba todas as cenas em que aparece, esta perfeita como alguém que é educada, contida, mas está aprisionando um mundo de emoções e ‘tenta’ transparecer que esta tudo bem. E ela consegue mostrar isso perfeitamente sem muita briga, sem muita gritaria.  Grande destaque também, a Aaron Eckhart (Howie) que ama Becca e convive com a obsessão dela de tentar seguir em frente a todo o custo, e Dianne Wiest, que interpreta a mãe de Becca, apesar de nenhum dos dois estar tão bem quanto Kidman.
O filme tem algumas tramas secundarias que não são muito bem desenvolvidas, como a de Gaby, colega no grupo de pais que perderam filhos, interpretada por Sandra Oh (da série Grey’s Anatomy), mas ainda assim são necessárias para balancear o roteiro. Por outro lado existe a trama de Jason, que é tão bem feita, tão bem construída, e o desconhecido Miles Teller interpreta tão bem o garoto, aí está à explicação do titulo original, excelente.
Reencontrando a Felicidade/Rabbit Hole é um filme sobre tristeza, sobre a real felicidade, sobre a hora certa de seguir em frente e como fazer isso sem ter que abrir mão do passado tão bruscamente. Recomendado!

-MUITO BOM-

Reencontrando a Felicidade --- IMDB
Rabbit Hole | direção: John Cameron Mitchell
roteiro: David Lindsay-Abaire
elenco: Nicole Kidman, Aaron Eckhart, Dianne Wiest

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Uma maratona em 3 atos...

Na ultima sexta-feira, dia 11, fui ver três filmes indicados ao Oscar de melhor filme que estão em cartaz aqui em Joinville.
Uma overdose de histórias, personagens e atuações das mais variadas possíveis. Uma maratona em três atos bem distintos.
A tarde começou com uma surra de direção, obsessão e paranóia, dei uma respirada num bom drama e fechei a noite com chave de ouro com cinemão a moda antiga temperado com o melhor do humor cínico dos Coen!

Cisne Negro
Um filme a ser apreciado, não vá para matar tempo, não vá “só” para se divertir com os amigos, se for com alguém, vá única e exclusivamente para degustar a mais nova obra do gênio, Darren Aronofsky.
Uma das palavras-chave para Cisne Negro é: obsessão, a busca cega pela perfeição ou até pela imperfeição é o que impera na trajetória de Nina Sayers, vivida por Natalie Portman no melhor papel de sua carreira, o qual ‘finalmente’ vai lhe render o Oscar. Essa paranóia atinge de alguma forma todos os personagens do filme, e é muito bem representada não só pelos atores, mas em grande parte pela frenética fotografia, pela trilha sonora incrível, toda trabalhada em cima das composições de Tchaikovsky e pela direção, que é em minha opinião uma das melhores direções dos últimos anos.
São cenas e mais cenas de ensaios e alongamentos e preparação e cansaço, e o ciclo se repete, e a tensão vai crescendo, e o ultimo ato deixa o espectador totalmente sem fôlego, o filme termina perfeito! Nunca vi esse ‘sombrio’ mundo do balé representado tão bem, não só no cinema, mas em qualquer lugar.
Entre os coadjuvantes, Barbara Hershey está fantástica interpretando a mãe super protetora de Nina, e Winona Ryder que a tanto tempo não via, num papel excelente que quase rouba a cena, não fosse pela protagonista.
O ‘defeito’ (?) do filme é pra quem não está muito acostumado com o trabalho de Aronofsky, essa obsessão dele próprio de se focar num núcleo principal e sugar exaustivamente cada elemento que o compõe! Mas será que se não fosse isso o filme teria esse ‘poder’ todo sobre quem vê? Será que não seria essa a sua principal ‘qualidade’, e é esse o ingrediente que tornaria o filme de fato, perfeito?

Cisne Negro --- IMDB
Black Swan | 2010 | diretor: Darren Aronofsky
roteirista: Andres Heinz (história) Mark Heyman, John J. McLaughlin
elenco: Natalie Portman, Mila Kunis,Vincent Cassel...



O Vencedor
         Baseado em fatos, pra mim O Vencedor é o mais fraco dos indicados a categoria de melhor filme, claro que isso não quer dizer que o filme seja ruim em algum nível, afinal, ele está “Indicado a categoria de melhor filme” né?!      
         Conta a história real do boxeador em ascensão Micky Ward que tem a carreira bastante prejudicada pelo seu treinador e irmão mais velho Dicky Eklund, seu ídolo, ex-boxeador, que foi uma grande promessa no esporte e agora está viciado em crack e pela sua mãe, e empresária, que no fundo só quer o melhor pra ele.
         O melhor do filme é que com esses elementos tinha tudo pra se tornar um dramalhão chato e facilmente esquecível, mas o modo com que o diretor David O. Russell trata esses núcleos faz o filme ganhar até alguns traços de humor muito bem colocados. Não fica parecendo apenas um filme de drama, nem só um filme de boxe, essa miscelânea fica excelente. O roteiro é muito bom, mas a execução dele me pareceu arrastada em algumas sequências.
Uma qualidade a ser notada é que os personagens são muito bem resolvidos, todos os atores estão no lugar certo, não da aquela impressão de que tem alguém sobrando, o que acontece muito nesse tipo de filme. Mark Wahlberg está o bom ator mediano que é normalmente. Já Christian Bale realmente chama a atenção como Dicky, física e mentalmente destruído pelo uso de drogas, e a semelhança com a pessoa real, que aparece no filme, é impressionante, apesar de não ser minha escolha, vai merecer o premio de ator coadjuvante se ganhar. Amy Adams esta como sempre, muito competente e vai ter a sua vez de ganhar prêmios. Mas a mãe, Alice Ward, interpretada por Melissa Leo, ela sim, merece ser reconhecida, sempre excelente esta na hora de levar uma estatueta pra casa, ela é a melhor ‘personagem’ do filme.
The Fighter vale a pena pra quem gosta desse tipo de drama, muita gente pode até discordar do fato de ser o mais fraco dos indicados, mas cada um tem os seus preferidos e não preferidos. Esse é o meu, mas ainda assim acho um filme excelente e que deve ser visto, mesmo que seja só pelos atores.


O Vencedor --- IMDB
The Fighter | 2010 | diretor: David O. Russell
roteirista: Keith Dorrington, Eric Johnson, Paul Tamasy, Scott Silver
elenco: Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams...



Bravura Indômita
         Western pra mim é um gênero complicado. Desse século/milênio pra cá, surgiram vários, grande parte eu adorei, filmes muito bons como “Os Indomáveis” (2007) e filmes medianos como “Appaloosa” (2008). Mas nenhum deles me conectou com os Westerns clássicos mesmo, aqueles feitos a moda antiga que te passam aquela atmosfera única. O único que chegou bem perto desse ideal pra mim foi o excelente “Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford” (2007), mas o filme é muito mais um drama do que um Western clássico, daquele estilo “Os Imperdoáveis” (1992) e anteriores.
         Daí então, uma década depois da virada do século, surge Bravura Indômita, já um dos meus filmes preferidos dos irmãos Coen, um filme feito a moda antiga, cinema da melhor qualidade, sem pressa, sem artifícios baratos para chamar qualquer público, e com o diferencial do humor cru e cínico de Joel e Ethan Coen!
         O filme acompanha Mattie Ross, a revelação, sensacional, Hailee Steinfeld, que vai a busca de alguém que a ajude capturar o assassino de seu pai, e esse alguém é Rooster Cogburn, Jeff Bridgess que está simplesmente perfeito, um velho xerife, violento, beberrão caolho que contrasta muito a pose heróica de John Wayne que viveu o papel na primeira versão. Quem se junta a eles nessa caça é o exemplar Texas Ranger LaBoeuf, vivido por Matt Damon, muito bem, como sempre.
         A relação entre esses personagens tão distintos é o que mantem o filme, os objetivos pessoais de cada um, os confrontos idealísticos entre Cogburn e LaBoeuf, a prematuridade de Mattie Ross. O clima é delicioso, aquela atmosfera familiar da era de ouro do faroeste, a música, a fotografia, repleta de planos clássicos, mostrando a silhueta do xerife contra o sol, somados ao roteiro dinâmico, com diálogos ágeis, e altas doses de humor negro de primeira. O filme passa voando, a ação é muito bem dosada, o som do filme realmente chama a atenção, e cada tiro é um acontecimento.
         É daqueles filmes que fazem a gente se perder naquela trajetória, daqueles que a gente não quer que acabe, e quando acaba, o final é maravilhoso. Atenção a como Rooster vai conseguindo mostrar seu valor ao longo do filme, como os laços entre ele, a garota e o ranger vão se fortalecendo. Filme sensacional, recomendadissimo. O melhor western dessa geração, e também melhor do que muitos westerns de gerações anteriores.


Bravura Indômita --- IMDB
True Grit | direção: Joel & Ethan Coen
roteiro: Charles Portis (livro), Joel & Ethan Coen
elenco: Jeff Bridges, Matt Damon, Hailee Steinfeld...

PS: Só lembrando que eu nao comparei com o antigo por não ter assistido a versão de 1969 e nem lido o livro que deu origem.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei


Uma idéia peculiar, ao invés de fazer mais um filme sobre algum(a) monarca britânico(a) em determinado momento histórico, escolhe contar a história do Rei George VI através do seu discurso “pré Segunda Grande Guerra” e consequentemente de seus problemas de fala. Dirigido por Tom Hooper, responsável por outro sensacional drama histórico, a minissérie John Adams (2008 - HBO), o Discurso do Rei é um filme sobre tempos difíceis, sobre revolução, sobre relações, mas acima de tudo sobre amizade e crescimento pessoal.
O fantástico roteiro, assinado por David Seidler nos mostra a história de como o Rei George VI (Colin Firth extraordinário!) conseguiu com a ajuda do terapeuta australiano Lionel Logue (Geoffrey Rush também maravilhoso) superar a sua gagueira e assim assumir as responsabilidades de falar para o povo e pelo povo principalmente no momento histórico mundial do fim da década de 30.
Logo que se sai do cinema a sensação é de felicidade, alívio, o filme consegue emocionar em cada cena, em cada frase que quase não sai da boca de Colin Firth, todo o elenco está de parabéns, o trio principal mereceu muito ser indicado. Helena Bonham Carter tão marcada por papeis excêntricos está perfeita como uma contida britânica. Várias participações de personagens históricos criam um plano de fundo crível da Inglaterra dos anos 30.
Alem das atuações, do roteiro e da direção a parte técnica do filme é impecável, a fotografia de Danny Cohen está perfeita, direção de arte, figurino, não é preciso nem comentar, chamam muito a atenção os enquadramentos da câmera nas varias cenas em que o Rei aparece, sempre distante, mesmo os closes são feitos meio de lado, mostrando o peso enorme que o personagem carrega, e isso muda à medida que ele evolui. E a trilha sonora, às vezes quase imperceptível da o tom exato do drama.
Atenção a cena do discurso final, sinta, cada elemento ali colocado, a edição, a musica, aos atores, aí estão os Oscar de melhor ator, diretor e fotografia que o filme com certeza vai ganhar. 


-MUITO BOM-


O Discurso do Rei  --- IMDB
The King's Speech | 2010 | direção: Tom Hooper
roteiro: David Seidler
elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter...

WARNING

O titular do direito autoral da obra audiovisual... brincadeira..


Falando sério, eu só fiz esse Blog porque eu queria um lugar pra colocar as minhas opiniões sobre o q eu consumo de entretenimento, eu nunca escrevi uma critica e não posso garantir qualidade logo de cara, talvez eu melhore com o tempo, talvez eu desista do Blog, só tenha noção de que eu nunca escrevi nada assim na vida, não vá esperando muita coisa... ;D