quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Capitão América: O Primeiro (e ultimo) Vingador!



Adaptar Capitão America para o cinema é uma tarefa difícil por diversos fatores, entre eles, talvez o principal seja: Como vender para o mundo a imagem de um herói que carrega no peito a bandeira americana? (eu sei que não literalmente, mas a estrela branca sobre o traje azul e vermelho tem o mesmo significado) E alem disso: como vender uma imagem de um herói bondoso e correto no mundo atual dominado por anti-heróis violentos, irônicos e muito mais atraentes para a sociedade? (nada contra eles, ainda adoro Batman e Wolverine, mas parece que o público deixou de acreditar em fazer o bem simplesmente por fazer o bem)
                O filme acompanha a história de Steve Rogers, um jovem de Nova York que faz de tudo para se juntar ao exército para lutar pelo seu país na segunda grande guerra, mas devido as suas capacidades físicas é rejeitado várias vezes. Até conhecer o Dr. Abraham Erskine e acabar entrando no programa Super Soldado onde recebe o soro que muda pra sempre a sua vida.
                Capitão América: O Primeiro Vingador é acima de tudo um ótimo filme de aventura. Um legítimo filme de Super-Herói, que funciona! E o roteiro consegue suceder nesse aspecto, o filme é divertido e muito bem amarrado, tem uma história que funciona e traz algumas soluções inteligentes para alguns problemas.  E a ação do filme é nada menos que sensacional.      
                O que não chegou a incomodar, mas poderia ser melhor, foi o vilão, talvez seja a expectativa de um personagem fantástico interpretado por um ator que eu adoro, mas o Caveira Vermelha, assim como a organização HIDRA, não recebe o destaque necessário para se tornar memorável. Apesar de funcionar muito bem no formato aventureiro e pouco dramático do filme.
                Capitão acerta onde Thor erra, o par romântico e o romance em si, estão muito bem colocados de forma sutil e muito mais eficiente que no filme do deus do trovão. Hayley Atwell nos traz uma Peggy Carter de forma muito competente tornando a personagem carismática e menos caricata do que eu esperava.
                O elenco está muito bom, destaque para Dominic Cooper, interprete de Howard Stark, pai de Tony Stark, quase como uma versão 'de época' do mesmo, sem parecer uma cópia do trabalho de Robert Downey Jr., e para Sebastian Stan que consegue trazer uma profundidade para o sidekick Bucky Barnes, evitando qualquer infeliz comparação com Robin.
                Steve Rogers não é só uma bandeira ambulante, ele é acima de tudo um bom homem, alguém que deseja realmente fazer o bem, e que coloca a necessidade dos outros antes da sua. E Chris Evans consegue passar esse sentimento e esse caráter sem parecer piegas e de forma divertida.


                A grande maioria dos personagens secundários é explorada de maneira bem superficial, mas nada que incomode. O que importa é que eles estavam lá, Dum Dum Dugan e o grupo dos Howling Commandos principalmente.
                Joe Johnston apesar de não fazer nada muito novo e inesperado sucede pelo simples fato do filme cair como uma luva para o seu estilo de direção.
                Não vou dizer aqui como o capitão acaba se juntando aos vingadores no século XXI, mas fiquei muito feliz pelo fato disso estar no filme de uma forma orgânica e sem parecer forçado. Todas as referências ao universo que está sendo construído estão lá, sem jogar muita coisa na cara do espectador. E sim, tem "uma cena" depois dos créditos, que me deixou com o coração acelerado dentro do cinema.
                Mal posso esperar para 2012, AVANTE VINGADORES! 


       -MUITO BOM-

Capitão América:  O Primeiro Vingador --- IMDB
Captain America: The First Avenger | 2011 | direção: Joe Johnston
roteiro: Christopher Markus & Stephen McFeely
elenco:Chris Evans, Hugo Weaving, Tommy Lee Jones

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Mais vale um panda no caminho certo do que um monte de carros de corrida indo pra lugar nenhum...

Que ano maluco é esse onde a Pixar errou, a Dreamworks acertou em cheio e uma estreante superou todas as produtoras tradicionais de animação?

CARROS 2

              
                Logo antes de ir ao cinema, na manhã do mesmo dia, revi Carros (2006) um filme que demorou um pouco pra me conquistar, mas só melhorava a cada vez q eu revia e percebia coisas que eu nunca tinha notado. Todos os carros no filme são metáforas para as pessoas, o filme tem uma história linda de como nós sempre precisamos de amigos de verdade, e não chegamos a lugar nenhum sozinhos.
                Entrei na sessão de Carros 2 com as expectativas controladas, esperando algo positivo apesar dos comentários negativos, confio na Pixar, sempre confiei, e por isso sai decepcionado.
                No filme, Relâmpago McQueen é convidado para um grand prix internacional de corridas ao redor do mundo, e leva junto com sua equipe o seu melhor amigo Mater, que acaba se envolvendo numa trama de espionagem internacional. Que é o plot principal de Carros 2. E infelizmente é exatamente o que parece, um filme focado no amigo engraçado do protagonista.
                O roteiro do filme apesar da falta de profundidade é bem redondinho, divertido, e cheio de referencias a filmes de espionagem. Os novos personagens são pouco interessantes, por outro lado um mentor como Doc Hudson (interpretado por Paul Newman no primeiro filme) faz muita falta. O resto dos principais está todo lá, McQueen, Sally e os divertidos Luigi e Guido, estão ótimos.
                Não tem nada de muito novo visualmente, apesar da animação ser impecável. As crianças menores vão adorar o filme. Mas o problema é que ele não tem nada demais, eu tento encontrar mais adjetivos, mas não há muito o que falar. É um filme bem divertido, que segura bem a aventura até o fim, mas carece de relações, de emoções, é carente daquilo que fez da Pixar o que ela é.
                A sensação é que parece um daqueles filmes lançados direto pra home vídeo, tipo as continuações de clássicos da Disney e os curtas dos filmes da Dreamworks. 

PS: Falando em curta-metragem, o ingresso vale só pra rever os personagens de Toy Story 3 no divertidíssimo “Férias no Havaí”, que se passa antes do filme.

       -MEH-

Carros 2 --- IMDB
Cars 2 | 2011 | direção: John Lasseter, Brad Lewis
roteiro: John Lasseter, Brad Lewis & Dan Fogelman
elenco: Owen Wilson, Michael Caine, Emily Mortimer

KUNG FU PANDA 2



                A Dreamworks Animation teve uma das melhores animações 3D já feitas, depois de anos dos clássicos da Disney, quando a mente das crianças já havia mudado em relação aos grandes contos de fadas musicais, surgiu um dos melhores filmes satíricos dos últimos 20 anos, Shrek (2001). Tem um humor refinado, piadas inteligentes, sátiras bem feitas e um elenco estelar, tanto que ganhou o primeiro Oscar de animação em 2002, concorrendo inclusive com Monstros S.A. da Pixar. A Dreamworks lançou alguns bons filmes, como Fuga das Galinhas e o Príncipe do Egito, mas isso só até meados de 2002. Foi a partir de Shrek 2 que a produtora começou a trilhar seu longo caminho de “filmes divertidos e engraçados sem profundidade de roteiro onde animais agem como seres humanos”.
Lembrando que não são necessariamente todos filmes ruins, como O Espanta Tubarões, grande parte deles são um ótimo passatempo, como Kung Fu Panda 1, mas nada alem disso. Essa história começou a mudar completamente no ano passado, com o maravilhoso “Como Treinar o Seu Dragão”. E esquecendo Shrek Para Sempre, Megamente também faz parte dessa mudança de abordagem, apesar da comédia de sempre estar lá, a idéia da história e as referencias de HQs na animação são um diferencial bem positivo.
Essa volta toda foi só pra dizer que esse ano pela primeira vez a Dreamworks Animation superou a Pixar, pois Kung Fu Panda 2 é sensacional! Não é melhor que “Como Treinar Seu Dragão”, mas mesmo assim é uma grata surpresa.
No filme, Po descobre que é adotado e enquanto esta numa missão para salvar o Kung Fu, começa a descobrir sobre o seu passado.
A ação, a diversão, a aventura, aquela aura lendária e o kung fu ainda estão lá, maximizados. Mas a história tem aquele diferencial, uma profundidade que não existia antes. A mitologia foi expandida em relação ao primeiro, e os personagens, evoluíram, agora não é mais um simples “busca pelo escolhido” é uma jornada de autoconhecimento, nada tão profundamente explorado quanto Rango, uma abordagem mais leve, nas devidas proporções da história.
A história funciona muito bem, e é muito bem conectada, fortalecendo os laços entre os personagens e dando mais destaque as emoções do que o primeiro filme. Apesar de um dos defeitos do filme ser exatamente esse, várias vezes no filme, um momento bonito é abruptamente cortado por uma piada. Como se o roteirista tivesse medo de mostrar esse ‘lado’ do filme. E apesar de previsível como no primeiro filme, a trama funciona muito bem e como já era de se esperar, deixa um gancho enorme para uma possível continuação. O que me dá certo receio, pelo histórico da produtora.
Pra finalizar, alguns aspectos importantes que foram notados. Primeiramente a animação, que é fantástica, e tem uns diferenciais, como o uso de 2D tradicional em algumas cenas, e apesar de eu não ter visto o filme em terceira dimensão, percebi como o recurso parece ter sido muito bem utilizado. Outro destaque é a trilha sonora, que chama a atenção por empolgar e dar mais complexidade ao background da história, sendo indispensável em algumas cenas.
Pra resumir, Kung Fu Panda 2, apesar de não ser melhor que Rango, é uma das melhores animações do ano, e representa mais um grande passo da Dreamworks pra um outro nível, que talvez deixe a temporada de premiações mais concorrida nesse gênero. 

PS: Não queria ficar julgando pelo trailer que passou antes da sessão, mas o filme do gato de botas parece ser um erro em relação a tantos progressos… 

       -MUITO BOM-

Kung Fu Panda 2 --- IMDB
Kung Fu Panda 2 | 2011 | direção: Jennifer Yuh
roteiro: Jonathan Aibel & Glen Berger
elenco:Jack Black, Angelina Jolie, Jackie Chan

quinta-feira, 5 de maio de 2011

I'm Back & AVENGERS ASSEMBLE!


 Olá, estou de volta, meu notebook já voltou faz algum tempo, mas a preguiça ainda é minha fiel companheira, vi vários filmes desde os últimos posts, vários q eu adorei, vários q eu odiei, mas semana passada, dia 01/05, eu vi um q me empolgou de tal maneira q me deixou com muita vontade de comentar. Sem mais delongas então, por ODIN! POR ASGARD!
Sempre gostei de super-heróis, desde criança, naturalmente cresci acompanhando quase todos os desenhos animados e filmes sobre o tema, até me divertia com aqueles filmes horrorosos do Batman de Joel Schumacher.  Nunca fui um grande leitor de HQs, a não ser por certas graphic novels obrigatórias (“O Cavaleiro das Trevas”, “Watchmen”, “A Piada Mortal”, “Marvels”, “Sin City”, etc…). Mas cinema sempre foi meu refugio, e o gênero baseado em HQs é um dos meus preferidos (até hoje considero Superman – O Filme, com Christopher Reeves um filme perfeito!) gosto tanto desse gênero que foi assim que comecei minha coleção de DVDs, com Homem-Aranha, X-Men, Batman, e por aí vai…
Lembro como se fosse hoje o dia em que fui ver Homem de Ferro no cinema, com a minha irmã, acho um filme sensacional, que terá logo (ou não) um post sobre. Lembro dos boatos de uma cena extra depois dos créditos, tenho gravado na minha memória o momento da primeira vez que vi a cena com Samuel L Jackson.
Nick Fury: "Eu sou o Homem de Ferro” você acha que é o único super-herói do mundo? Sr. Stark,você se tornou parte de um universo muito maior. Você só não sabe disso ainda.
Tony Stark: Quem diabos é você?
Nick Fury: Nick Fury. Diretor da SHIELD.
Tony Stark: Ah…
Nick Fury: Eu estou aqui para falar sobre a iniciativa Vingadores!
                Meu coração acelerou só com a idéia de trazer o universo dos quadrinhos Marvel como um todo ao cinema, é algo extraordinário.
                A confirmação ao publico veio mais tarde com a cena final d’O Incrivel Hulk, com a participação de Robert Downey Jr. como o próprio Tony Stark. Homem de Ferro 2 já estava totalmente imerso nesse enredo, e mais recentemente estreou Thor, meu preferido até agora.
                É isso, só dei uma pincelada básica nesse assunto pra dizer que não falarei de Thor agora, farei um post sobre cada filme na ordem em que foram lançados, vou rever cada um deles pra escrever sobre, tentarei fazer os posts semanalmente, mas não prometo nada. Prometo que começarei logo.
                Isso é tudo pessoal, que a força esteja com vocês...

domingo, 27 de março de 2011

Em um Mundo Melhor

“All you need is love...”


Hævnen (“Vingança” em dinamarquês) talvez não seja o nome apropriado para ser traduzido ao pé da letra, a tradução no Brasil e em vários países ficou como Em um Mundo Melhor, uma tradução excelente, por que é por isso que nós e os personagens do filme ansiamos, por isso que nós lutamos e é isso que nós queremos que os nossos descendentes alcancem.
O filme acompanha a história de duas famílias, cujos destinos se cruzam através dos filhos. De um lado temos Christian, de família mais rica, acaba de perder a mãe e se muda para a cidadezinha com o pai. Do outro temos Elias, filho de Marianne e Anton, que estão à beira de uma separação devido à ausência de Anton que trabalha como médico em algum lugar da África. Os dois garotos acabam se conhecendo na escola e se tornam amigos quando Christian defende Elias de um valentão. E aos poucos Elias vai percebendo a revolta de Christian com o mundo, então as coisas começam a se complicar.
Mas a beleza de Em Um Mundo Melhor não está necessariamente nos acontecimentos, até porque tudo isso acontece em nem 2% de filme, a beleza do filme esta nos personagens, nas reações a esses acontecimentos, as situações que eles enfrentam. O que é o certo e o errado? Aquilo em que eu acredito é uma mentira? Será que estou tomando as decisões certas?
Eu não tenho filhos, talvez um dia eu tenha isso me faz pensar, será que eu seria um bom pai, tenho muita opinião formada na minha cabeça, muita coisa que parece correta, mas será que é mesmo? A diretora Susanne Bier trata disso com uma maestria, com uma técnica, e com uma sensibilidade incrível.  O modo como as situações são apresentadas aos personagens é brilhante, o roteiro assinado por Anders Thomas Jensen mantém uma linearidade de acontecimentos e ao mesmo tempo uma crescente de tensão que culminam em uma miscelânea de sentimentos dos personagens e principalmente do espectador. Mas Jensen escorrega ao apresentar um final ‘fácil’ o clímax do filme não atende as expectativas geradas. Mas isso não compromete muito, apesar do final clichê, versatilidade do roteiro alternando os núcleos mostrados ao longo de todo o filme é brilhante.
As atuações estão sempre em perfeita sintonia com a direção e roteiro, Mikael Persbrandt (Anton, pai de Elias) nos apresenta um bom homem, um pai que ama profundamente o filho, que faz de tudo para tomar as decisões certas tanto em casa quanto na violenta vila onde ele é médico na África. Os garotos estão excelentes, principalmente Christian, que traz um ódio no olhar e uma revolta pela perda da mãe, que se refletem em cada ação dele durante o filme.
A trilha e a fotografia trabalham juntas com a diretora, cenas belíssimas como a conversa de Anton com Elias enquanto eles arrumam a bicicleta mostram bem isso, refletem o clima do filme, o sentimento dos personagens, a trilha pacata, o tom azulado da fotografia e os takes dos gestos de pai e filho.
Em um Mundo Melhor é um filme sincero, não passa a sensação de filme pretensioso que se vê tanto nesse estilo, consegue emocionar e trazer certos questionamentos à tona. Vejam! 

-MUITO BOM-

Em Um Mundo Melhor --- IMDB
Hævnen | Dinamarca | 2010 | direção: Susanne Bier
roteiro: Anders Thomas Jensen
elenco: Mikael Persbrandt, Will Johnson, Trine Dyrholm


sábado, 26 de março de 2011

Heey

Pois então..
O Blog está as moscas, até porque eu tenho muita preguiça de atualizar, do nada, mesmo que eu tenha adorado ou odiado um filme.. As vezes eu estou vendo uma série por exemplo, e curtindo bastante, daí eu penso, tenho que escrever sobre no Blog, e acabo esquecendo, ou indo ver outra coisa..
o que falta é organização, tanto da minha parte de me disciplinar e ter pelo menos um horário certo na semana pra escrever sobre alguma coisa, tanto dentro do próprio Blog, onde os textos são escritos a esmo sem categoria ou uma avaliação mais organizada.
Pensando nisso eu decidi tomar algumas decisões e deixar as coisas um pouco mais claras pra não ter que abandonar:

1 O que eu escrevo aqui são textos, simplesmente textos que refletem minha opinião sobre determinados filmes, e daqui a algum tempo sobre séries, e quem sabe livros. Quero deixar claro, porque isso causa muito problema na internet. Esses textos não são:

"críticas" Criticas tem que ter uma base, tem que ter referencias, e pra uma boa critica é necessário um conhecimento muito maior que o meu sobre história e técnica de determinado assunto. Por exemplo: Pablo Villaça, do Cinema em Cena
"análises" Análises além de serem mais longas e desenvolvidas normalmente também usam referencias de outras mídias, e são escritas por jornalistas ou pessoas que escrevem profissionalmente, pessoas que sabem exatamente o que estão fazendo. Por exemplo: Fábio M Barreto do SOS Hollywood

Não estou dizendo que sou um zé ninguém que não sabe de nada, mas tinha que deixar isso claro, nunca exercitei a minha escrita regularmente, redação na escola e olhe lá. Talvez eu evolua com o tempo e passe para textos mais 'profissionais', mas eu vou continuar porque amo cinema, porque quero colocar minhas opiniões em algum lugar fixo, em algum lugar onde eu possa revisitar mais tarde e perceber certas mudanças (ou não) na minha opinião, na minha visão de alguns assuntos.

2 Assim que o meu notebook voltar do concerto (sim!) tentarei estabelecer dias fixos semanais pra escrever sobre filme ou séries. Prometo (ou nao ;D )


3 Vou classificar meus textos antigos e ter uma classificação fixa, mais ou menos assim, de um extremo para o outro:


IMPORTANTE: Não se atenha somente a classificação, que estará no final dos posts, leia o texto!
E além de classificar o filme no final, farei uma "ficha" com informações pra deixar mais organizado.

ok entao...
Isso é tudo pessoal!

PS: por favor, se você leu algum texto nesse blog, comente, nem que seja pra falar mal...

terça-feira, 15 de março de 2011

Rango..


A primeira animação da ILM (Industrial Light & Magic) vem pra ser uma concorrente a altura da dominante Pixar, seja em história, seja em qualidade de animação, seja em amor ao cinema!
Rango acompanha a história de um camaleão em uma crise existencial, que acaba numa cidadezinha no meio do deserto e lá ele tem a oportunidade de se descobrir. Apesar de parecer uma premissa infantil, definitivamente não é filme de criança, e não é só um filme de animação, passeando por gêneros como thriller, western, drama e comédia da melhor qualidade, é um filme extraordinário.
O filme consegue fazer referencias a grandes clássicos de forma sutil e tambem de forma não tão sutil, coisa que muitas animações tentaram e não conseguiram. A gente vê a trilogia dos dólares de Sergio Leone, Chinatown de Roman Polanski, Apocalipse Now, de Coppola, e até Terry Gilliam, entre outras tantas. Isso tudo fora a trilha sonora, adaptada às cenas fantasticamente, Cavalgada das Valkirias em estilo mariachi na cena do desfiladeiro é sensacional!
O roteiro tem um cuidado ao equilibrar os variados gêneros, mostrar um sem fim de referencias e ao mesmo tempo consegue dar um dinamismo à história, sem fazer o filme parecer longo, mesmo com quase duas horas de duração. Os personagens são divertidos e não ficam sobrando ou fazendo parte de piadinhas sem graça, como se vê muito em animação hoje em dia.  A direção de Gore Verbinski (Piratas do Caribe) é uma das melhores de sua carreira, e consegue trazer essa alma que o filme tem. O que é essencial!  
O elenco de vozes americanas é estelar, mas a dublagem não faz feio, e não cai naquele erro de pegar alguém famoso não dublador para um personagem simplesmente por publicidade, o que traz resultados desastrosos, como foi o caso de Luciano Huck em Enrolados.
É tecnicamente impecável. A qualidade da animação é uma das mais perfeitas dos últimos tempos, é o tipo de animação que chama a atenção de um leigo como eu e que deve fazer babar quem trabalha com isso. Na cena do espírito do oeste, uma das melhores, se não a melhor, cena do filme, que mostra um ser humano, faz coisas q Pixar e Dreamworks nunca chegaram perto!  E o som do filme é de uma clareza e variedade inacreditável, edição de som fantástica.
Rango é um filme que vem pra colocar a ILM no mapa das grandes empresas de animação. E vem pra reforçar que nem toda a animação precisa ter comediazinha bobinha, ou ser infantil alem da conta.

-EXCELENTE-

Rango --- IMDB
Rango | 2011 | direção: Gore Verbinski
roteiro: John Logan, Gore Verbinski, James Ward Byrkit
elenco: Johnny Depp, Isla Fisher, Timothy Olyphant

segunda-feira, 7 de março de 2011

lixo EXTRAORDINÁRIO!

              Nunca fui muito de ver Documentário, o que eu via eram os que vinham em extras de DVD/Blu-ray, sobre a produção dos filmes, etc. Mas esse ano eu resolvi assistir os indicados, e consegui ver antes da premiação: Exit Through The Gift Shop (sobre street art, grafite etc. Feito pelo artista Banksy), Gasland (sobre a poluição da rede de água dos EUA por causa do gás natural) e Restrepo (que acompanha um ano de um grupo de soldados numa base no Afeganistão).  Gostei bastante dos três, mas o meu preferido foi Exit Through The Gift Shop, pelo tema, pelo formato genial, por ser moderno e empolgante.
                Hoje eu vi Lixo Extraordinário, filme que eu não estava com tanta vontade de ver, e mesmo sendo rodado no Brasil não despertou muito o meu interesse. Mas sou obrigado a dizer que é fantástico e muito emocionante.  O filme segue o artista moderno Vik Muniz, brasileiro, consagrado no exterior, que decide voltar ao Brasil e fazer uma série de trabalhos usando lixo em 2006/2007. No Jardim Gramacho, em Duque de Caxias-RJ, maior aterro sanitário da América Latina, ele conhece os catadores, que o ajudam a selecionar material para as obras de arte e também servem de inspiração para as mesmas.
                O filme é muito delicado e acaba se tornando um documentário sobre as pessoas, no meio daquele ‘horror’ todo, conhecemos pessoas que não perdem as esperanças, pessoas que mesmo sem expectativa são felizes fazendo o que fazem e que apesar de terem passado por muito continuam seguindo em frente.  Eu não esperava me emocionar, esse tipo de historia de pobreza normalmente não me atinge muito, sim, acho triste, mas sempre aceitei os contrastes desse país, mesmo sendo um pensamento egoísta, nunca fui de tomar as dores dos outros. Claro, isso é porque eu tive uma vida muito fácil, sempre fui muito feliz e nunca passei por dificuldade nenhuma.  Mas foi Lixo Extraordinário que me fez refletir isso, me tocou muito, e não é falso, é de fazer abrir os olhos. A gente vê esperança nos olhos dos catadores, a gente acompanha como o psicológico deles muda, a gente vê como isso pode ser perigoso, como pode subir à cabeça. Eu esperava algo meio forçado, aquela velha história, do artista que vem ajudar a comunidade pra passar uma imagem de bom moço, pra se sentir um grande herói. Mas não é a impressão que o filme me passou, percebe-se a mudança de comportamento do próprio Vik Muniz ao longo do tempo que ele conviveu com eles. E finalmente, sim, as obras dele são de lixo, e são Extraordinárias!
                O documentário tem uma excelente edição, melhor do que o meu favorito (Exit Through The Gift Shop, que é muito bom, ainda é o meu preferido, mas parece um pouco longo demais), e a edição deste tem um timing perfeito. A trilha sonora é muito boa, principalmente no inicio, mostrando o cotidiano dos catadores, que faz um caminhão de lixo parecer um monstro fazendo montes e mais montes.  E a direção é ótima, consegue mostrar muito bem todos os ângulos da história, o que é importantíssimo nesse tipo de documentário. Ainda não vi Inside Job, o vencedor do Oscar, o meu favorito ainda é Exit Through The Gift Shop, mas percebo que esse filme apesar de ter dividido opiniões tinha grandes chances de vencer.
                Muito melhor do que eu esperava. Lixo Extraordinário esta muito longe de ser lixo e muito perto de ser extraordinário! ;D

-BOM-


Lixo Extraordinário --- IMDB
Waste Land | direção: Lucy Walker
elenco: Vik Muniz

domingo, 6 de março de 2011

antes tarde do que nunca... Sobre os indicados e o vencedor a melhor filme.

HEY!
O senhor Kirk Douglas esperou
 muito por esse post...

Sei que eu estava devendo esse post desde semana passada após o post sobre Oscar...
Mas apesar de eu amar cinema e falar sobre, eu tenho bastante preguiça do ato de escrever, fazer o q, vamos lá então.









Cisne Negro (Black Swan)
Grande filme, um clássico instantâneo de fato. Tentei fazer um TOP de Darren Aronofsky, e é claro, eu não consegui colocar cinco obras primas em ordem.  Mas Cisne Negro acabou ficando em penúltimo em quase todas às vezes, não por ter algum defeito, acho um filme perfeito em vários sentidos, mas por que eu gosto muito de PI, Réquiem Para Um Sonho e Fonte da Vida. Mesmo assim, Cisne Negro tem a marca de Aronofsky, como a obsessão dos personagens, a paranóia, e tem a marca da sua evolução, como planos mais longos lembrando O Lutador. É um dos melhores filmes do ano, é um cinema visceral, é como um filme Cult quebrando as barreiras de publico. E é o melhor filme de Natalie Portman, o ápice da carreira dela.

O Vencedor (The Fighter)
Quando primeiro li sobre, pensei que fosse só mais um filme ‘come back’ de lutador de boxe, mas é surpreendente, baseado numa história real, tem um roteiro excelente que preza pelas atuações que são a melhor coisa d’O Vencedor, os personagens (reais) são tão bem desenvolvidos, e geraram atuações extraordinárias, aí estão Melissa Leo e Christian Bale pra provar isso, e Amy Adams, maravilhosa, é só esperar, logo logo ela ganha um premio. Apesar de não ser um dos meus preferidos tenho q reconhecer que é excelente, grande direção, drama muito bem apresentado e consegue falar sobre o vicio em drogas de maneira original.

A Origem (Inception)
Gosto tanto de Nolan quanto de Aronofsky, possivelmente os mais inovativos diretores dessa geração. Inception foi o filme que mais me gerou expectativas nos últimos anos, e isso que eu não cheguei a ler uma sinopse, e só vi o teaser, quando entrei no cinema (IMAX, economizei e viajei à Curitiba pra poder assistir full experience) eu não tinha nem idéia de que falava de sonhos, todas aquelas expectativas foram não só atendidas, como foram superadas.  É Sci-fi de primeira, é outro clássico instantâneo, é completo, a trilha, o elenco, o roteiro (meu deus, que roteiro fantástico, que idéia!) e que direção! É o meu filme preferido do ano de 2010, só isso!

Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right)
Talvez o mais fraco dos indicados, mas ainda sim um ótimo filme. Com uma temática bem atual e um elenco afiadíssimo é difícil não gostar. É um daqueles filmes que tratam de assuntos pesados de maneira muito leva que tem todo o ano ultimamente, como Juno, que é muitíssimo melhor que esse (veja), o forte de Minhas Mães e Meu Pai é o elenco, apesar dos personagens serem pouco desenvolvidos os atores conseguem dar mais dimensão a eles, principalmente os mais experientes, tanto que Annete Bening, e Mark Ruffalo (que esta bem, mas merecia mesmo era ser indicado por Shutter Island). E apesar de não entrar no meu Top 10, é um filme divertido, que trata muito bem da temática homossexual, e vale a pena ser visto.

O Discurso do Rei (The King’s Speech) --- WINNER
Apesar de não ser meu preferido acho que o Oscar pra filme (não pra diretor ou roteiro) foi merecido. Filme muito bom, magníficas atuações, e com uma história lindíssima. O principal do filme é a amizade entre o Rei George e o seu “médico” Lionel Logue, o que não seria nada sem a química entre Colin Firth e Geoffrey Rush, que está melhor que Christian Bale em minha opinião. Helena Bonhan Carter também está maravilhosa, numa atuação contida e bastante diferente do que estamos acostumados. Excelente filme.

127 Horas (127 Hours)
Bom filme, uma experiência completa, o filme dá algumas escorregadas em roteiro e direção e o exagero no numero e intensidade dos delírios do personagem principal incomoda, mas James Franco consegue salvar o filme, carregando tudo isso nas costas. Uma das melhores atuações do ano, esse é um ator em que devemos ficar de olho, que só faz melhorar com o tempo, se antes ele era apenas o ‘amigo do homem-aranha’, hoje em dia ele é um ator, é só dar uma olhada em sua filmografia recente, destaque para o papel dele em Milk, como um homossexual. E em 127 Horas ele consegue passar essa angustia e a cena mais forte do filme é faz o expectador virar o rosto, vale muito à pena pela experiência, apesar de também não entrar no meu Top 10 do ano passado.

A Rede Social (The Social Network)
Um dos melhores filmes do ano, e principalmente, um dos melhores filmes de David Fincher, quando saíram às noticias muita gente, inclusive eu, ficava com o pé atrás, filme do Facebook? Pra que? Felizmente as duvidas sumiram com os primeiros trailers, é um filme completo, um filme que como muita gente já disse, é a imagem de uma geração, o retrato dessa época da web 2.0 que vivemos. E essa rapidez de acontecimentos, de relacionamentos, de idéias, é retratada perfeitamente em todos os aspectos, desde a interpretação de Zuckerberg de Jesse Eisenberg até a trilha sonora de Trent Reznor & Atticus Ross. E ainda por cima, filme tem um “quê” de cidadão Kane, na construção da trajetória dos personagens. Tem uma montagem fantástica, e é um filme que vai com certeza vai marcar época.

Toy Story 3
Outro filme que fiz questão de ver em IMAX, não que seja necessário, não que o 3D seja essencial, mas é Pixar, e isso faz diferença, é algo único, é um estúdio, um estúdio que eu adoro tanto quanto eu adoro alguns diretores, atores, um estúdio que tem tanto carinho por cinema, que emociona. E Toy Story 3 segue isso a risca, e mais, é o melhor filme do ano ao lado de Inception. As pessoas têm naturalmente certo preconceito, por ser uma animação, mas se você esquecer isso, se você embarcar na história, no drama dos personagens, sim, são brinquedos, são feitos em computador, mas são personagens, com medo, do que vem pela frente, com medo de perder o que eles mais amam, com receio de seguir em frente, esse drama, esse sentimento, somado a musica que eu conheço desde que Eu era uma criancinha, em Toy Story 1, isso que me fez chorar (muito) já com a primeira cena do filme. E se cinema é mesmo emoção, é mesmo técnica, e se a categoria de “melhor filme” tem como objetivo reconhecer o melhor filme do ano, por que Toy Story não deveria ter chances? Claro que essa é uma esperança cega e é algo que não vai acontecer tão cedo, mas eu espero do fundo do coração que isso se concretize algum dia.

Bravura Indômita (True Grit)
O melhor western desde “Os Imperdoáveis”, e melhor que alguns antes desse. É fato que os irmãos Coen fazem filmes de western desde sempre, mas é a primeira vez que um filme deles se passa No velho oeste, e toda a escola que foi a filmografia deles é aplicada aqui, já é um dos meus favoritos e gosto tanto quanto Onde Os Fracos Não Têm Vez. E é o melhor por que é muito mais do que uma homenagem ao gênero, é perfeito, a história, a música, a fotografia, os personagens, os diálogos, são de uma crueza sublime. E é um filme de uma inteligência, quando quer drama, consegue, quando quer humor negro consegue, quando quer empolgar empolga. O som do filme é tão western, é tão bem feito. Tiros secos de tremer a sala, e silêncios ensurdecedores. Um delírio pra quem é fã do gênero e acima de tudo pra quem é fã de cinema.

O Inverno da Alma (Winter’s Bone)
O azarão dos indicados, esse filme atingiu poucas salas de cinema, tanto no Brasil quanto no mundo, filme de festival, é uma pena, por que é excelente. Drama baseado num livro é dotado de uma tristeza, refletida tanto na fotografia, quanto na musica, quanto nas atuações, e é um filme tão frio. Frio no bom sentido, não só o clima do lugar é frio, mas a situação é fria. O filme é cinzento triste e distante, e isso é o melhor dele, é o reflexo da personagem principal, interpretada extraordinariamente por Jennifer Lawrence e também é o reflexo dos que estão a sua volta, um lugar tão pobre quanto o espírito das pessoas que vivem nele. Destaque a atuação de John Hawkes também, que interpreta o tio da protagonista, um cara que é tão “durão” da boca pra fora, quanto é um homem preocupado e que quer o melhor pra própria família, em seu interior. O filme é cheio desses personagens complexos e tem uma historia que consegue emocionar com muito pouco. Mérito das boas atuações e da boa direção.

terça-feira, 1 de março de 2011

83rd OSCARS !!!



Pois então... O Academy Awards nº 83 foi domingo e ...
A cerimônia foi meh, gostei mais da do ano passado, Anne Hathaway roubou a cena deixando o indicado James Franco bem apagado e quase passou em branco salvo algumas piadinhas. Destaque para o cenário que estava simplíssimo e só ao transmitir as imagens se transformava totalmente, efeitos sensacionais. Mas pra mim o ponto alto foi bem no inicio, na premiação de melhor atriz coadjuvante, quando Kirk Douglas (Spartacus, Glória Feita de Sangue e tantos outros...), uma lenda viva, de 94 anos, entregou o prêmio a Melissa Leo, a reverencia que ela fez a ele antes de receber, foi emocionante.
A maioria dos prêmios fugiu daquela politicagem conhecida da academia, fora uns ou outros absurdos. Vamos ver alguns dos principais prêmios.

Melhor Fotografia
Cisne Negro (Black Swan)
A Origem (Inception)
O Discurso do Rei (The King’s Speech)
A Rede Social (The Social Network)
Bravura Indômita (True Grit)

Quem ganhou: “A Origem”  Wally Pfister, fotógrafo que trabalha com Christopher Nolan desde Amnésia, e mereceu bastante esse premio, por manter esse estilo sóbrio e ao mesmo tempo, beneficiar o fator thriller em Inception, sem se vender a truques baratos de vários filmes de ação que são lançados atualmente. A cena de Joseph Gordon-Levitt no corredor do hotel e as cenas da van caindo em câmera lenta são espetaculares!

Quem eu gostaria que ganhasse: Todos os indicados mereceriam muito caso levassem o premio, meu preferido ainda era Bravura Indômita, pelos planos clássicos de western como a silhueta do herói contra o sol naquele cenário árido, a cena dos remadores em A Rede Social também valia vencer, assim como os closes tensos e malucos de Cisne Negro, mas ainda assim vibrei com A Origem que era o meu segundo preferido.

Melhor Montagem
Cisne Negro (Black Swan)
O Vencedor (The Fighter)
O Discurso do Rei (The King’s Speech)
127 Horas (127 Hours)
A Rede Social (The Social Network)

Quem Ganhou: “A Rede Social” Angus Wall e Kirk Baxter vencem e merecidamente, uma de tantas da melhores coisas de Social Network é a montagem, o filme é construído a partir de dois julgamentos em épocas distintas e ao mesmo tempo mostra o passado e a criação e evolução do facebook, e consegue a proeza de não ser nada confuso apesar de tudo. Edição fantástica.

Quem eu gostaria que ganhasse: Sinceramente, “Scott Pilgrim Contra o Mundo”, o filme que não foi nem citado em nenhuma premiação e foi um fracasso de bilheteria mundial e quase não chegou no Brasil é um dos melhores filmes do ano, louvado por vários críticos e com razão, duas horas do filme passam e não parece nem meia hora, é novo, é ousado, divertido, e tem um visual único, e a academia é quadrada e velha, ainda vou falar mais desses filmes ignorados. Mas voltando aos que foram de fato indicados, realmente A Rede Social mereceu a estatueta.

Melhor Trilha Sonora
Como Treinar Seu Dragão (How To Train Your Dragon) – John Powell
A Origem (Inception) – Hans Zimmer
O Discurso do Rei (The King’s Speech) – Alexandre Desplat
127 Horas (127 Hours) – A. R. Rahman
A Rede Social (The Social Network) – Trent Reznor & Atticus Ross

Quem Ganhou: “A Rede Social” – Trent Reznor e Atticus Ross entregam uma trilha que se encaixa perfeitamente no espírito desse grande filme, assim como os diálogos o roteiro, a edição e direção a trilha é ágil, é nova, e muda constantemente, um reflexo perfeito dessa geração da web 2.0 que é muito bem representada no filme.

Quem eu gostaria que ganhasse: “Tron – O Legado” a Academia parece que realmente não percebeu que estamos em um milênio/século relativamente novo, o que Daft Punk faz é simplesmente salvar Tron Legacy, não que o filme seja ruim, é um bom filme, mas sem a trilha ele não seria metade do que ele é, e do Cult que ele será daqui a algum tempo, é algo épico e revolucionário, empolgante como as grandes trilhas de outrora, uma pena deixar esse filme no ‘’limbo’’, o que nos leva a quem eu queria que vencesse entre os indicados. A Origem (Baaaauuummmm!), apesar de todos os elogios validos à Rede Social, o que Hans Zimmer faz nesse filme é coisa de gênio, o modo como a trilha se integra no roteiro é sensacional, é daquele tipo de composição que com um acorde te transporta para o universo do filme instantaneamente, fantástico!

Melhor Roteiro Original
Another Year – Mike Leigh
O Vencedor (The Fighter) – Scott Silver, Paul Tamasy & Eric Johnson
A Origem (Inception) – Christopher Nolan
Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right) – Lisa Cholodenko & Stuart Blumberg
O Discurso do Rei (The King’s Speech) – David Seidler

Quem Ganhou: “O Discurso do Rei” – David Seidler escreve um roteiro certinho, bem fechadinho, eficiente, com alguns diálogos muitíssimo bem feitos, um bom roteiro, original no sentido de não ter sido adaptado de nada, mas que ainda assim possui pouca originalidade.

Quem eu gostaria que ganhasse:A Origem” – Chris Nolan, o injustiçado Chris Nolan perde aqui a única chance de subir no palco depois de ser esnobado na categoria de direção, um roteiro complexo, inteligente, e de fato originalíssimo, os anos vão passando e cada vez mais gente reclama da falta de originalidade de Hollywood, da falta de novas histórias, pois aí estava uma chance de mostrar que a indústria ainda consegue gerar obras primas diferentes, não que o roteiro de King’s Speech não fosse um candidato forte, mas é uma receita prontinha que não trás desafio nenhum, Nolan merecia levar essa.

Melhor Roteiro Adaptado
127 Horas (127 Hours) – Danny Boyle & Simon Beaufoy
A Rede Social (The Social Network) – Aaron Sorkin
Toy Story 3 – Michael Arndt, John Lasseter, Andrew Stanton & Lee Unkrich
Bravura Indômita (True Grit) – Joel Coen & Ethan Coen
Inverno da Alma (Winter’s Bone) – Debra Granik & Anne Rosellini

Quem Ganhou: “A Rede Social” – Aaron Sorkin, um dos melhores roteiros do ano, talvez até melhor que o de Inception, é ágil, é inteligente, os diálogos são extraordinários, ele capta todo o espírito dessa era da informação em que vivemos, onde tudo pode mudar em segundos, eu não li o livro que deu origem, mas dizem por aí que é chatissimo e o roteiro conseguiu driblar isso com maestria. Só a cena do dialogo inicial que nos apresenta Mark Zuckerberg é coisa de louco, já ganhou esse Oscar naquele momento ali, excepcional roteiro!

Quem eu gostaria que ganhasse: Não tinha como dar o premio a ninguém senão Aaron Sorkin, foi um premio merecidíssimo. Mas eu gostaria que fossem indicados aí o excelente roteiro de “A Ilha do Medo” (filme que foi totalmente esnobado em todas as premiações), e o roterio GENIAL de “Scott Pilgrim Contra o Mundo”.

Melhor Atriz Coadjuvante
Amy Adams – O Vencedor (The Fighter)
Helena Bonham Carter – O Discurso do Rei (The King’s Speech)
Melissa Leo – O Vencedor (The Fighter)
Hailee Steinfeld – Bravura Indômita (True Grit)
Jacki Weaver – Reino Animal (Animal Kingdom)

Quem Ganhou: Melissa Leo, grande atriz, quando a gente vê o filme tem a impressão de que ela pode fazer qualquer coisa, em o Vencedor ela interpreta a mãe de Mik o lutador do titulo, está excelente e vê-la recebendo a estatueta das mãos de Kirk Douglas foi a melhor coisa da noite.

Quem eu gostaria que ganhasse: Fiquei felissísimo por Melissa Leo, torci até o ultimo segundo por Hailee Steinfeld, mas foi mais por eu ter gostado muito mais de Bravura Indômita, essa garota ainda vai crescer muito na industria, é o que eu espero. Outra coisa, acho que cabia uma indicação a Chloe Moretz por Kick-Ass, que é uma das melhores coisas do filme, mas ela também ainda vai crescer muito na industria.

Melhor Ator Coadjuvante
Christian Bale – O Vencedor (The Fighter)
John Hawkes – Inverno da Alma (Winter’s Bone)
Jeremy Renner – Atração Perigosa (The Town)
Mark Ruffalo – Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right)
Geoffrey Rush – O Discurso do Rei (The King’s Speech)

Quem Ganhou: Christian Bale, a melhor coisa do vencedor são as atuações, fiquei realmente feliz pela vitoria de Bale, é um bom ator, um ator que se entrega aos personagens, e merecia reconhecimento por um papel dificílimo que foi esse em The Fighter.

Quem eu gostaria que ganhasse: Christian Bale mereceu o premio, pensando bem foi sim o melhor ator coadjuvante do ano, me emocionei e gostei mais de Geoffrey Rush, mas de novo, foi por gostar mais desse filme, achei justíssimo o premio pra Bale.

Melhor Atriz
Annette Bening – Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right)
Nicole Kidman – Reencontrando a Felicidade (Rabbit Hole)
Jennifer Lawrence – Inverno da Alma (Winter’s Bone)
Natalie Portman – Cisne Negro (Black Swan)
Michelle Williams – Namorados Para Sempre (Blue Valentine)

Quem Ganhou: Natalie Portman, era óbvio, não tinha como não vencer, é uma performance única e visceral, é algo como Christoph Waltz no ano passado, simplesmente não tem  como premiar outra pessoa, ela treinou um ano de balé, ela emagreceu, ela encarnou o espírito de bailarina, o que ela faz nesse filme é fantástico! Isso sem contar toda a carreira dela, pois apesar de ser nova ela trabalha desde criança, e muito bem, dar esse Oscar pra outra pessoa seria imperdoável, foi o premio mais óbvio da noite.

Quem eu gostaria que ganhasse: Nenhuma outra, se ela perdesse eu desligava a TV e ia dormir, apesar de ter adorado Nicole Kidman voltando a antiga forma, Michelle Williams sempre excelente, Annette Bening idem, e Jennifer Lawrence uma surpresa num filme que também foi uma ótima surpresa, mas nada do que elas fizeram chega nem perto do que Natalie Portman fez em Cisne Negro.

Melhor Ator
Javier Bardem – Biutiful
Jeff Bridges – Bravura Indômita (True Grit)
Jesse Eisenberg – A Rede Social (The Social Network)
Colin Firth – O Discurso do Rei (The King’s Speech)
James Franco – 127 Horas (127 Hours)

Quem Ganhou: Colin Firth, um grandessíssimo ator que merecia ganhar o premio à algum tempo, e em Discurso do Rei ele chega ao ápice da sua carreira, é extraordinário, não só isso mas o modo como ele ‘combina’ com Geoffrey Rush também, gerou varias das melhores cenas do ano de 2010, que personagem incrível. A cena do ultimo discurso é de emocionar qualquer um.

Quem eu gostaria que ganhasse: James Franco seria uma grata surpresa, num filme que ele carrega nas costas até quando o roteiro dá uma escorregada, ele consegue manter a integridade do personagem até o ápice de uma das cenas mais tensas do ano. Mas o meu preferido de fato era Colin Firth, com certeza. James Franco vai fazer muita coisa boa ainda.

Melhor Diretor
Darren Aronofsky – Cisne Negro (Black Swan)
David O. Russell – O Vencedor (The Fighter)
Tom Hooper – O Discurso do Rei (The King’s Speech)
David Fincher – A Rede Social (The Social Network)
Joel Coen & Ethan Coen – Bravura Indômita (True Grit)

Quem Ganhou: Tom Hooper, o maior absurdo da cerimônia, não que eu ache a direção dele horrorosa, mas esta longe de ser a melhor e não entra nem no meu top 20 direções de 2010. Tentei aceitar por um tempo, por ter ADORADO o filme, mas definitivamente o Discurso do Rei é o que é por Colin Firth, por Geoffrey Rush, pela história emocionante de amizade, uma história sobre pessoas. E a direção é direitinha, mas não é uma das melhores do ano.

Quem eu gostaria que ganhasse: Tantos, fazendo um balanço dos filmes que eu vi, cheguei a um empate, triplo, entre Christopher Nolan, David Fincher e os irmãos Coen. Darren Aronofsky mora no meu coração, mas Cisne Negro não é seu melhor filme. Nolan não ter sido indicado foi um absurdo tão grande quanto Hooper vencer, um diretor que merecia mais destaque depois de tudo o que ele fez para o cinema e em tão pouco tempo. Fincher o mesmo, quando a academia vai reconhecer esse diretor? Sem querer comparar, mas quando? Quando ele tiver 60, 70 anos como o tardio reconhecimento de Scorsese? E os irmãos Coen que entregam aqui o melhor western desde Os Imperdoáveis, tudo bem , eles receberam seus devidos prêmios com o maravilhoso Onde os Fracos não tem vez. E já que eu o mencionei, cadê a indicação de direção d’A Ilha do Medo?

PS¹: Eu gosto dos trabalhos do Tom Hooper, John Adams é uma das melhores minisséries que eu já vi, Discurso do Rei é um dos meus filmes preferidos do ano, só não acho que tava na hora do diretor ganhar.
PS²: Vou fazer um outro post só com os indicados a melhor filme, comentando um pouquinho de todos eles. ;)